Reforma tributária: o pulo do gato para a sobrevivência de PMEs

A proximidade da implementação das novas regras da reforma tributária tem representado um momento desafiador para pequenas e médias empresas (PMEs), que representam 99% dos negócios no Brasil.

Postado sexta-feira 15/08/2025 por Redação

Reforma tributária: o pulo do gato para a sobrevivência de PMEs
Reforma tributária: o pulo do gato para a sobrevivência de PMEs

A substituição de tributos como PIS, Cofins, ICMS e ISS por novos modelos de arrecadação e creditamento, como a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), é mais do que uma mudança contábil; representa uma transformação estrutural. Para que a transição seja bem-sucedida é necessário realizar uma revisão profunda do modelo de negócios, investir em tecnologia e compreender estrategicamente o posicionamento da empresa na cadeia de valor.

 

Para o advogado tributarista Felipe Dias, que atua na consultoria de empresas médias em processos de transição tributária, o momento é decisivo. A adequação das empresas às regras da reforma não demanda apenas uma revisão de alíquota. Este é o momento de as empresas repensarem o quanto pagam de imposto e avaliar como as alíquotas afetam suas margens, precificação e estratégia comercial.

 

De acordo com o especialista, um dos pontos mais sensíveis é o efeito da nova sistemática de crédito sobre setores que hoje operam com pouco ou nenhum aproveitamento, como prestadores de serviços e empresas do Simples Nacional. Ao ingressarem no novo regime, essas empresas já devem saber como proteger a margem com base no crédito gerado pelas operações, o que implica ajustes de preço, renegociação com clientes e reestruturação contratual.

 

Outro alerta importante está na dimensão tecnológica da reforma. A centralização do recolhimento, o cálculo com base no destino e o novo formato de emissão de notas fiscais exigirão sistemas mais robustos, integração contábil e pessoal capacitado. Empresas que hoje funcionam com planilhas e softwares básicos vão sentir o impacto. E aquelas que não se prepararem tecnicamente ficarão para trás.

 

A IA também desponta como ferramenta de apoio para diagnósticos rápidos, simulações de impacto e preparação de consultas mais objetivas com consultores jurídicos e contábeis.

 

O tributarista destaca os primeiros passos para que pequenas e médias empresas conquistem uma transição suave: o primeiro é entender onde está na cadeia de valor e qual será seu novo papel tributário; o segundo, buscar apoio de consultorias, empresas de tecnologia ou associações de classe que tenham expertise e tenham liderado projetos piloto. Quem tentar enfrentar essa transição sozinho, confiando na intuição ou esperando normativos prontos, vai perder tempo e, talvez, mercado.

 

Felipe Wagner de Lima Dias é sócio responsável pela área tributária do escritório Marcos Martins Advogados, com sólida trajetória em consultoria e contencioso tributário, planejamento fiscal, M&A e reestruturações empresariais. Com mestrado em Direito Tributário pela FGV e atuação reconhecida por rankings jurídicos nacionais, destaca-se pela visão estratégica e resultados de alto impacto no setor.

 

By RPMA Comunicação
Foto: Freepik

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