A produção industrial encolheu 0,2% em fevereiro, segundo dados da PIM (Pesquisa Industrial Mensal) divulgados hoje pelo IBGE. Esse resultado, o terceiro negativo seguido, veio acima da nossa projeção (-0,6%). Na comparação com fevereiro de 2022, a retração foi de 2,4%.

Quando a gente olha para a composição da PIM, a surpresa de fevereiro foi o crescimento de 4,6% na indústria extrativa mineral. Esse segmento é volátil e o avanço mensal não configura uma tendência para o restante do ano. Já a indústria de transformação, que tem um peso maior para o cálculo do PIB, caiu 0,5%, em linha com o que projetávamos.

O resultado de hoje corrobora nossa visão de que a indústria é o setor que sente mais fortemente o impacto dos juros altos, que encarecem o crédito e inibem investimentos no setor. Além disso, a indústria é afetada pela queda do preço das commodities e desaceleração da economia global. 

Para o mês de março, nossa previsão é que a produção registre expansão, impulsionada por fatores pontuais, mas deve voltar a retrair e continuar andando de lado ao longo de 2023. Na nossa visão, a indústria deve encerrar o ano com uma queda de cerca de 2%.

O dado de hoje não altera nossa previsão de crescimento do PIB de 1,5% em 2023. Para 2024, a projeção é que o PIB tenha um aumento de 1%.

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