Falta de planejamento tributário corrói margem de lucro e impede crescimento de empresas no Brasil

Com alíquotas podendo chegar a 50%, ausência de estratégia fiscal se torna risco iminente para PMEs; especialista orienta como iniciar esse debate com contadores e advogados

Postado segunda-feira 28/07/2025 por Redação

Falta de planejamento tributário corrói margem de lucro e impede crescimento de empresas no Brasil
Falta de planejamento tributário corrói margem de lucro e impede crescimento de empresas no Brasil

Empresários que ainda não colocaram o planejamento tributário na pauta estratégica de suas empresas podem estar diante de um dos maiores entraves para o crescimento. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), 95% das empresas brasileiras pagam mais impostos do que o necessário por falta de estrutura fiscal adequada. O cenário, já preocupante, tende a se agravar com as mudanças previstas na reforma tributária, que projeta alíquotas efetivas que podem ultrapassar 50% em determinados setores.

 

A carga tributária por si só já é desafiadora, mas o problema mais grave é a ausência de uma gestão fiscal consciente. “Muitas empresas crescem sobre uma base frágil, com estruturas mal definidas ou regime tributário mal escolhido”, afirma Jhonny Martins, contador, advogado e vice-presidente do SERAC, hub de soluções corporativas com atuação nacional.

 

De acordo com o especialista, é comum que empresários confundam planejamento tributário com evasão fiscal, o que acaba gerando resistência à busca por suporte técnico. “Planejar é agir dentro da legalidade para pagar o justo. Significa escolher o regime mais adequado ao porte e à atividade, identificar deduções permitidas, evitar bitributação e mitigar riscos de autuação”, explica.

 

O impacto da negligência tributária é silencioso, mas contínuo, empresas desorganizadas tendem a perder competitividade, enfrentar problemas com crédito e não conseguem investir de forma consistente. Dados do Sebrae mostram que 47% das micro e pequenas empresas encerram suas atividades em até três anos, sendo a má gestão financeira e tributária uma das principais causas.

 

Diante da complexidade do sistema fiscal brasileiro, Jhonny defende que a primeira atitude do empresário seja abrir o diálogo com seu contador ou advogado tributário. “O erro mais comum é o dono da empresa delegar 100% das decisões fiscais sem compreender o básico. É necessário sentar com o contador e perguntar: ‘estamos no regime tributário mais eficiente para o nosso faturamento?’ ou ‘existem benefícios fiscais aplicáveis à nossa atividade que não estamos aproveitando?’”, sugere.

 

Outro ponto crítico está na revisão periódica das escolhas fiscais. “O planejamento não pode ser feito apenas no início da empresa. O crescimento ou a mudança de perfil do negócio exige reavaliação constante. Muitas empresas continuam no Simples Nacional quando já não faz mais sentido, ou migram para o Lucro Presumido sem estudar o impacto real disso. O contador precisa ser parte da estratégia, não apenas da burocracia”, reforça.

 

O especialista aponta ainda que existem ferramentas acessíveis no mercado, inclusive gratuitas, que ajudam o empresário a mapear sua carga tributária. “Plataformas automatizadas, simuladores oficiais e relatórios contábeis bem construídos podem mostrar, por exemplo, quanto a empresa paga de imposto por produto ou serviço vendido. Essa visibilidade é o primeiro passo para fazer ajustes e negociar melhor com fornecedores e clientes”, destaca.

 

Para os próximos anos, com as mudanças previstas na tributação sobre consumo e a possível taxação de dividendos, a recomendação é clara, revisar toda a estrutura fiscal da empresa agora. “O empresário precisa agir antes que a nova legislação entre em vigor. Com a transparência fiscal sendo fortalecida digitalmente, a margem para erros diminui e o risco de sanções aumenta”, afirma Jhonny Martins.

 

A conversa com o contador ou advogado deve ser franca, sem medo de demonstrar desconhecimento técnico. “Não é obrigação do empreendedor dominar a legislação tributária, mas é responsabilidade dele buscar entendimento suficiente para tomar decisões conscientes. Uma pergunta simples como ‘como podemos pagar menos imposto legalmente?’ já pode abrir uma porta de transformação para o negócio”, conclui.

 

A recomendação dos especialistas é que essa revisão seja feita, no mínimo, uma vez por ano, preferencialmente nos últimos meses, antes da virada do exercício fiscal. Essa prática permite ajustes a tempo de reduzir a carga tributária do ano seguinte e prepara o terreno para decisões mais sólidas de crescimento.

 

Sobre o SERAC & BHub

O SERAC é referência nacional em contabilidade, educação e gestão corporativa e BHub, startup especializada em soluções tecnológicas de backoffice. Com mais de 10 mil clientes e presença em todo o território nacional, essa união visa transformar o setor contábil por meio de automação, formação e parcerias estratégicas.  Instagram: @sou_serac ou pelo site souserac.com.

 

Sobre Jhonny Martins

Jhonny Martins é contador e advogado pela PUC-SP com especialização em Direito do Trabalho pela Faculdade de Direito Damásio de Jesus, com MBA em Gestão Empresarial pela FGV-SP e MBA em Gestão Tributária pela USP. É vice-presidente do SERAC, um hub de soluções corporativas. Instagram @jhonnymartins

 

By Carolina Lara Comunicação
Foto: Divulgação

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