Exportações de móveis e colchões avançam 3,8% em 2024, mas balança comercial é mais apertada no ano
As importações no setor cresceram 27,2% no ano passado, com larga predominância de produtos chineses
Postado sexta-feira 28/02/2025 por Redação
Categorias: Economia Exportações Setor Moveleiro Capa

O ano de 2024 apresentou desafios e oportunidades quando se trata das operações de comércio exterior na cadeia moveleira, que devem ser monitoradas com atenção ao longo de 2025.
Dois estudos-chave publicados recentemente pela ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) — a Conjuntura de Móveis, que traz o panorama geral da indústria brasileira de móveis e colchões, e o Termômetro das Exportações, desenvolvido exclusivamente para as empresas associadas ao Projeto Setorial Brazilian Furniture, ajudam a compreender melhor esse cenário.
Entre os destaques, houve crescimento tanto nas exportações quanto nas importações de móveis e colchões no Brasil. Embora a balança comercial permaneça positiva, o avanço das importações, em especial de origem chinesa, demanda medidas que mantenham a isonomia competitiva e a atratividade do produto brasileiro no mercado interno e externo.
Exportações avançam com diversificação de produtos e mercados
De acordo com os levantamentos, realizados pelo IEMI junto a fontes oficiais de pesquisa, as exportações de móveis e colchões prontos chegaram a US$ 763,02 milhões em 2024. Representando, assim, um crescimento de 3,8% frente a 2023. Quando se incluem partes para fabricação de móveis, o montante atinge US$ 870,20 milhões. Apesar do crescimento moderado, este é o terceiro maior volume exportado na última década.

Os Estados Unidos mantiveram-se como o maior país consumidor de mobiliário brasileiro no exterior, recebendo 29,6% das exportações totais do período, um montante de US$ 225,89 milhões. Tal participação, no entanto, é relativamente inferior à média dos últimos anos.
Em contrapartida, países como Uruguai (10,9%) e Chile (6,9%) vêm despontando no ranking de destinos, validando a importância estratégica da indústria brasileira de mobiliário – a maior da América Latina – no abastecimento da região. Mercados europeus, como Reino Unido (5,9%) e França (2,5%), também figuraram entre os principais destinos dos móveis e colchões brasileiros no ano passado, além de outros mercados na América Latina e Oriente Médio que ganham cada vez mais proeminência.

No ranking mundial, o Brasil ocupa a 6ª posição entre os maiores produtores de móveis e a 26ª na lista dos principais países exportadores do setor.
Importações em expansão: o outro lado da moeda
Se as exportações brasileiras de móveis e colchões cresceram, as importações também avançaram – e de modo ainda mais expressivo em 2024, totalizando US$ 298,16 milhões, um salto de 27,2% em relação a 2023.
A China se mantém como principal fornecedora, respondendo por 73,8% deste volume: mais de US$ 220,01 milhões em produtos chineses importados pelo Brasil no setor moveleiro. Na segunda colocação aparece a Áustria, representando apenas 6,6% do total importado no ano; seguida pela Itália (6,0%).

A predominância chinesa pode ser explicada, entre outros fatores, por uma produção em larga escala, regulação e custo trabalhista reduzidos, além de incentivos tributários que tornam seus produtos mais competitivos.
A concentração em um único fornecedor – seja de produtos prontos, componentes ou outros itens da cadeia de fornecimento –, no entanto, pode tornar o mercado nacional vulnerável e dependente.
Irineu Munhoz, presidente da ABIMÓVEL, reforça que não se trata de apenas inibir as importações, mas de fortalecer a competitividade interna e garantir a qualidade do produto disponível no mercado brasileiro: “Precisamos equilibrar essa equação. Não é sobre limitar a atividade, mas sobre se criar um ambiente de práticas leais de comércio e de proteção da produção nacional – incentivando uma indústria mais inovadora e eficiente, capaz de gerar emprego e renda”.
Medidas tributárias mais justas, incentivos fiscais voltados à inovação e sustentabilidade, redução da burocracia e de custos, além de investimentos em infraestrutura logística também acentuariam esses esforços.
“É fato que essa expansão nas importações indica uma pressão crescente e competitiva do mercado externo. Por outro lado, é importante destacar que o Brasil possui uma forte e diversificada indústria moveleira, que com incentivos e mecanismos tributários e não tributários, podem não só competir em preço, mas também em qualidade, gestão sustentável, no uso de materiais certificados, inovação e design”, fala Cândida Cervieri, diretora-executiva da ABIMÓVEL.
Visão histórica e ajustes pós-pandemia
Nos últimos três anos, o comércio exterior no setor moveleiro nacional oscilou. Entre as razões, destaca-se a recuperação econômica pós-pandemia, variações cambiais e mudanças nos hábitos de consumo:
● 2022:
Exportações: US$ 830,709 milhões
Importações: US$ 191,889 milhões
Superávit: US$ 638,820 milhões
● 2023:
Exportações: US$ 735,376 milhões (-11,48% frente a 2022)
Importações: US$ 234,423 milhões (+22,17%)
Superávit: US$ 500,953 milhões
● 2024:
Exportações: US$ 763,023 milhões (+3,76% frente a 2023)
Importações: US$ 298,164 milhões (+27,19%)
Superávit: US$ 464,859 milhões
Esse movimento demonstra uma concorrência internacional mais acirrada. O superávit comercial, que já foi superior a US$ 600 milhões em 2022, diminuiu ao longo dos dois anos seguintes (US$ 464,92 milhões em 2024).
Por outro lado, com quedas consecutivas em novembro (-13,0%) e em dezembro (-13,8%), a participação dos importados no consumo doméstico estabilizou-se em 4,6% ao final do ano. Indicando que, embora haja pressão de concorrentes internacionais, a indústria brasileira tem atendido ao mercado interno (com o consumo aparente no país crescendo 11,4% entre janeiro e novembro de 2024 frente a igual período em 2023).
E quais devem ser alguns dos pontos de atenção na indústria?
● Normalização e Competitividade
● Sustentabilidade e Inovação
● Inteligência Comercial
● Inovação e Design
● Participação em feiras internacionais e missões comerciais
Para conhecer e participar das ações do Projeto Brazilian Furniture, voltadas à internacionalização e ao incremento das exportações de móveis brasileiros, escreva para projetos@abimovel.com e executiva@abimovel.com
By ABIMÓVEL
Foto: Freepik
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