Imagine o desafio que é escolher as cores que vão compor a casa! Essa seleção desempenha um papel fundamental na concepção dos espaços residenciais, representando algo que vai muito além da decoração, as cores também atuam como autênticos espelhos da própria personalidade e estado de espírito do morador. Dentro do vasto leque de cores, o azul emerge entre os outros tons como uma escolha versátil em ascensão, trazendo uma paleta de significados, possibilidades estéticas e uma conexão intrínseca com a psicologia das cores.

Para a dupla Daniela Miranda e Tatiana Galiano, à frente do escritório Memoá Arquitetos, o azul está entre as grandes tendências de 2024. “Estamos vendo uma busca maior por ambientes mais animados e descontraídos, afastando-se dos padrões convencionais em móveis, revestimentos, paredes e objetos. A versatilidade do azul, em suas várias tonalidades, surge como uma escolha ideal e harmoniosa para qualquer estilo decorativo”, explicam. Por isso, as arquitetas compartilham algumas orientações para integrar a cor em diversos ambientes e superfícies.

Entendendo a fama

As tendências em arquitetura e decoração, essencialmente dinâmicas, revelam que o azul tem se mantido firme como uma escolha popular ao longo dos anos, sendo o favorito pela maior parte das pessoas, a cor já aparecia no pódio desde as primeiras pesquisas sobre a temática, realizadas por volta de 1800. Quando trazemos essa preferência para o público, o azul fascina pela capacidade de combinações. Atualmente, tonalidades mais ousadas, como o azul-marinho e o petróleo, têm ganhado destaque, adicionando uma dose de sofisticação aos espaços contemporâneos, porém os tons mais claros não ficam de fora dessa. Segundo um estudo da Suvinil Revela, 30 tonalidades de azul prometem mostrar a força da cor em 2024.

Mas na hora de escolher qual tom vai reluzir no seu lar, Tatiana Galiano pontua a importância de compreender a psicologia das cores, fazendo uma análise mais aprofundada para se ter certeza que a paleta escolhida influencia positivamente no bem-estar das pessoas. A cor azul, frequentemente associada ao céu e ao mar, pode evocar sentimentos de tranquilidade, serenidade e confiança, mas também pode transmitir frieza se mal dosada.

“Se o azul não for medido adequadamente pode resultar em sérios problemas como sobrecarga visual, falta de contraste, desconexão com o estilo geral, perda de foco e incoerência emocional. É importante considerar a tonalidade específica de azul escolhida, pois diferentes nuances podem ter efeitos emocionais distintos. O azul-claro, por exemplo, pode criar uma atmosfera suave e acolhedora, enquanto o azul-escuro pode adicionar um toque de mistério e elegância”, completa a arquiteta.

Onde o azul brilha

Segundo Daniela Miranda, a presença do azul na decoração representa uma expressão de estilo, além de uma conexão com a natureza. É estratégico criar ambientes, principalmente quartos, livings, copas e salas de televisão, que não apenas agradam aos olhos, mas também proporcionam experiências sensoriais significativas. É destaque também em elementos, como sofás, poltronas, cadeiras, obras de arte, azulejos, abajures, etc.

“A moderação na escolha de onde e como aplicar o azul permite que ele contribua de forma equilibrada, adicionando caráter ao espaço sem dominar visualmente. Em sofás azuis, por exemplo, se você tem alguma questão com sujeira aparente, ou quando se tem pet ou criança em casa, é um sofá que aparece menos pelo, sujeira e gordura corporal. Uma solução imbatível”, enfatiza a profissional.

Em razão disso, as arquitetas elencam mais dicas:

· Destaque pontual

A forma mais comum da utilização dessa cor é em elementos específicos. Como atualmente as paletas monocromáticas e neutras estão dominando os estilos, tons como azul-marinho e o petróleo são as escolhas mais ousadas para acompanhar uma parede de destaque, móveis ou acessórios decorativos, trazendo uma sensação de coesão e elegância.

Outras cores como o azul-ciano têm sido a aposta para revestir home offices e locais de estudo, pois estão associadas a produtividade e vitalidade.

· Mobiliário

Móveis, como armários de cozinha, estantes da sala ou mesas de jantar, podem ser escolhidos em tons de azul para adicionar um toque de cor de forma duradoura. As profissionais da Memoá recomendam: azul-cobalto ou azul-celeste para se adquirir mais distinção.

“É uma oportunidade de experimentar a combinação do azul com diferentes texturas e materiais, como madeira e tecidos, para criar uma composição visual interessante”, apontam.

· Combine com metal

A combinação harmoniosa do azul com metais nobres, como ouro, prata e bronze, estabelece uma ponte entre o clássico e o moderno, incorporando um toque de opulência aos espaços contemporâneos. Daniela e Tatiana sugerem adaptar nos puxadores da cozinha, torneiras ou luminárias. “A escolha luminárias e iluminação com leves toques de azul criam uma atmosfera aconchegante diferenciada”, diz a dupla.

· Revestimentos

Além do azul nas paredes, outras opções, como azulejos, carpetes, tapetes ou laminados em azul, podem ser utilizados, especialmente em espaços como banheiros, cozinhas, varandas ou áreas de destaque. As arquitetas reforçam que é uma forma de trazer dinamismo, padrões, movimento e vida para os ambientes, além do uso limitado de tintura.

· Como enxoval

Segundo as arquitetas, almofadas, mantas, cortinas e tapetes em tons de azul são elementos versáteis que podem ser facilmente substituídos para dar uma nova vida ao espaço, sendo uma opção perfeita para quem tem receio de adquirir outros elementos em azul mais duradouros. Nos dormitórios, lençóis, colchas e travesseiros em tons de azul podem parecer mais relaxantes e acolhedores.

· Nos objetos decorativos:

Vasos, esculturas, quadros e outros objetos decorativos em azul podem ser estrategicamente posicionados para criar destaque e coesão visual. “O azul pode ser incorporado por meio de pinturas ou obras de arte nas paredes, adicionando um toque artístico e expressivo”, indicam.

Sobre a Memoá Arquitetos

A história do escritório começa com o encontro das arquitetas Daniela Miranda e Tatiana Galiano, em 2017, quando trabalharam juntas em um escritório em Ipanema, no Rio de Janeiro. Cada uma seguiu seu rumo, mas sem nunca perder o contato, sempre trocando figurinha de projetos pessoais e inspirações. Até que a quantidade de projetos foi crescendo exponencialmente e a dupla resolveu formalizar esse encontro em 2020. Elas acreditam que a arquitetura é sempre palco para novas histórias, encontros, reencontros, que ficarão pra sempre em nossas memórias. através dessa sintonia e princípio, buscam levar amor, afeto e aconchego para os clientes e suas casas.

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By Emilie Guimarães | DC33

Imagens: Créditos Carolina Lacaz / Paula Chaffin / Raiana Medina / Alessandro Gruetzmacher