O setor moveleiro gaúcho encerrou 2021 com números promissores: faturamento de R$ 11.2 bilhões, geração de 2.623 vagas de trabalho e 293 milhões de dólares em transações com o mercado externo (volume 63,9% maior do que o ano anterior). Mas o segmento não ficou imune à instabilidade econômica mundial. Fatores como a guerra na Ucrânia,
inflação e taxas de juros elevadas frearam o crescimento no primeiro semestre de 2022.

De janeiro a junho deste ano, o faturamento foi positivo, com crescimento de 5,1% em relação a igual período do ano passado – totalizando R$ 5.415.764.261. As exportações, no entanto, sofreram retração. Nos seis primeiros meses de 2022, os móveis gaúchos movimentaram 126.8 milhões de dólares, decréscimo de 5,4%. Ainda assim, foram gerados 199 novos postos de trabalho.

O presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), Rogério Francio, pondera que a atual conjuntura não chega a ser negativa, mas sim de neutralidade.
“Notamos que, neste período, as empresas conseguiram vender mais dentro do Brasil, mas muitas delas perderam presença no mercado externo. Esse movimento é claramente um reflexo da instabilidade econômica que vem afetando diversos setores. E a cadeia produtiva de móveis não ficou de fora”, comenta.

Para auxiliar as empresas a se manterem atualizadas sobre o que acontece no Brasil e no mundo, a Movergs disponibiliza mensalmente estudos de conjuntura econômica que compilam os principais dados de interesse para os empresários do setor moveleiro – servindo como insumo para as tomadas de decisão. Além disso, a entidade aposta em ações de fomento à inovação, como o programa Fimma Inova, que visa estimular soluções para problemas de gestão e expandir a visão de mercado. “O mercado nem sempre é totalmente positivo – isso é fato, mas nós, enquanto entidade, temos o compromisso de informar, orientar, qualificar e buscar alternativas de apoio às empresas. A união do setor moveleiro gaúcho é e será essencial para enfrentarmos essas e outras dificuldades”, frisa Francio.

OLHAR INTERNACIONAL

As exportações são de grande relevância para a geração de negócios no segmento, merecendo um olhar para o desempenho das transações com o mercado internacional. No primeiro semestre de 2022, países como Chile, Reino Unido, Peru, México, Colômbia e França reduziram suas compras de modo expressivo.  Os Estados Unidos se mantém na liderança de principal comprador, movimentando 30.1 milhões de dólares (+20,2%). É preciso considerar que a dificuldade que os fabricantes tinham em 2020 e 2021 para adquirir insumos, gerada pela pandemia, impactou no nível da atividade econômica e ainda não foi totalmente solucionado, encarecendo os produtos.

By Augusto Vasconcelos

Imagem: ilustração