Minha entrada no mundo dos negócios começou cedo. Aos 11 anos, iniciei minha jornada empreendedora montando caixas de madeira para o armazenamento de uvas em Flores da Cunha. Vi a necessidade dos produtores e percebi uma oportunidade. Então, pedi emprestado o porão da casa do meu irmão, contratei amigos para ajudar e comecei minha primeira experiência como líder e empreendedor. Esse momento foi crucial, pois aprendi valores que me guiaram ao longo da minha trajetória.

Aos 12 anos, estudava pela manhã e trabalhava como auxiliar de entregas em uma loja de móveis e eletrodomésticos. Aos 15, passei a estudar à noite e, durante o dia, trabalhava nas Lojas Colombo, também auxiliando nas entregas. Com 18 anos, recebi um convite para trabalhar como office boy na maior empresa de Flores da Cunha, a Florense. Em seis meses, fui promovido a supervisor de vendas e, nos três anos em que estive lá, aprendi sobre mercado, negociações e oportunidades.

Mas, a vida é feita de ciclos. O falecimento do meu pai — meu maior exemplo sobre a importância do trabalho para a vida — me trouxe de volta às raízes, com uma visão ampliada. Seguindo seus ensinamentos, abri minha própria empresa aos 21 anos. Meu irmão Deunir e eu alugamos uma sala de 12m², um telefone e começamos um negócio de venda de produtos para vinícolas. Um tempo depois, percebemos uma ótima oportunidade na compra e venda de açúcar. Essa atividade nos levou à nossa primeira virada empresarial, quando resolvemos alugar um posto de gasolina que nos permitia abastecer nossa frota e, com isso, viajar mais cedo nas segundas-feiras.

Naquela época, os postos funcionavam de segunda a sábado até às 20h. Como estávamos com o posto alugado, começamos a atender as pessoas aos finais de semana. Essa oportunidade se transformou na base para o que, hoje, são 188 postos de combustíveis e lojas de conveniência espalhados pelo sul do Brasil e São Paulo, além de quase 400 postos no sul do país com a marca Charrua.

Esse caminho não foi fácil. Houve erros e muitos momentos em que precisei ser resiliente. Parece contraditório, mas acredito que é no erro que reside a semente do acerto. Cada falha pode nos aproximar do sucesso, desde que estejamos dispostos a aprender com elas. Devemos ver cada revés não como um ponto final, mas como uma pausa para reflexão e crescimento. É crucial "crer para ver", mantendo a fé nos sonhos e objetivos, mesmo quando o cenário é desfavorável. Essa crença é o combustível que permite continuar, transformar e evoluir, abraçando nossas derrotas com dignidade e aprendizado.

Hoje, a Argenta, grupo que lidero, conta com nove empresas: SIM Rede de Postos, SIM Distribuidora, Querodiesel, SIM Lubrificantes, SIM Aviação, Vital, Charrua, Vinícola Luiz Argenta e A27. Somos um ecossistema com múltiplas soluções e, em todas as nossas empresas, focamos na excelência do atendimento, valorizando a experiência dos nossos clientes e o bem-estar das pessoas.

Durante essa caminhada, aprendi uma lição que desejo compartilhar: o sucesso empresarial é construído dia após dia, com determinação, visão e desejo de superação. Ao longo desses anos, percebi uma verdade simples, mas importante: "o caminho se faz caminhando". Essa frase, que carrego como um mantra, me ensinou que a jornada empreendedora não é feita de saltos gigantes, mas de passos consistentes e decididos. Cada dia, cada decisão, cada falha e cada sucesso nos movem adiante.

O verdadeiro progresso vem da persistência e da vontade de continuar, mesmo quando o caminho parece incerto. Não há problema em ajustar a rota se algum obstáculo intransponível aparecer; basta ter clareza do destino. Como empreendedores, não podemos esperar pelo momento perfeito ou pela certeza para agir, porque a verdadeira liderança requer coragem para dar o próximo passo, mesmo que não haja um caminho inteiro à nossa frente. O caminho se faz caminhando, então sigamos em frente, um dia de cada vez.

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