Como as cadeiras valorizam o décor de interiores

Consideradas como essenciais, à primeira vista é possível que seu design possa exercer neutralidade na composição dos ambientes, mas de acordo com a arquiteta Gleuse Ferreira, sua escolha valoriza ainda mais o projeto

Postado segunda-feira 12/05/2025 por Redação

Como as cadeiras valorizam o décor de interiores
Como as cadeiras valorizam o décor de interiores
Misturar diferentes modelos de cadeira no mesmo ambiente, desde que dentro da mesma paleta ou linguagem de design, é uma estratégia moderna que quebra a rigidez e introduz mais personalidade ao cenário. No projeto assinado pela arquiteta Gleuse Ferreira, a varanda integrada combina dois estilos de cadeiras: as que compõem a mesa de jantar e as que integram a mesa para rodas de conversas entre amigos | Foto: Mathews Montalvão

 

Quem nunca passou por um ambiente e notou o sofá, a mesa, o tapete ou as luminárias e não deu muita atenção às cadeiras? Discretas em muitos projetos, elas costumam ser vistas apenas como apoio funcional, um lugar para sentar e nada mais. Mas se olhar com um pouco mais de atenção, vai perceber que as cadeiras são muito mais do que isso.

 

Para a arquiteta Gleuse Ferreira, à frente do escritório que leva seu nome, as cadeiras têm um lugar cativo na composição dos lares e são elementos de linguagem estética no design de interiores.

 

"O lugar onde nos sentamos diz muito sobre como vivemos e a escolha certa influencia totalmente no ambiente. Enquanto em uma varanda o móvel é um convite ao descanso, em um living pode ser um ponto de destaque e no home office a escolha certa pode significar horas de produtividade", cita a profissional.

 

As cadeiras são tão importantes assim?

Por muitos anos, as cadeiras foram utilizadas apenas por figuras de alto prestígio, como pelos Faraós no antigo Egito, e só a partir do século XVII passaram a se popularizar. No projeto, a arquiteta Gleuse Ferreira escolheu uma dupla que entrou no lugar das poltronas| Arquitetura | Foto: Mathews Montalvão

 

A resposta é sim! Segundo a arquiteta Gleuse Ferreira, as cadeiras exercem múltiplas funções na composição dos ambientes, pois ajudam a compor o layout do espaço, definem estilos e se somam na identidade do projeto. Um modelo pode ser o elemento de destaque em uma sala neutra ou reforçar um conceito arquitetônico mais clássico, rústico ou contemporâneo.

 

"As cadeiras estão sempre passando por reinvenções e é por isso que hoje temos um leque imenso de opções, desde modelos novos e contemporâneos até aquelas peças icônicas que se tornaram objeto de desejo, como as peças assinadas por Charles Eames, Le Corbusier, Sérgio Rodrigues e Lina Bo Bardi", menciona.

 

Além disso, a distribuição delas interfere diretamente na forma como o ambiente é vivenciado: cadeiras bem posicionadas favorecem a circulação, melhoram a interação social e tornam os espaços mais acolhedores.

 

Tipos de tecidos e suas aplicações no dia a dia

Modelos com braços são ideais para quem busca conforto extra em momentos de lazer, mas exigem atenção ao espaço disponível. Na sala de jantar desse apartamento, esse foi o modelo escolhido pela arquiteta Gleuse Ferreira | Foto: Mathews Montalvão

 

Na hora de escolher uma cadeira para compor o ambiente, é preciso considerar a rotina dos moradores. Fatores como grande ou pouca circulação de pessoas, presença de animais domésticos, crianças e problemas de postura determinam o tipo de material que será mais funcional.

 

Na análise da arquiteta, para quem busca sofisticação e conforto, tecidos como veludos, jacquard e boucle são apostas que entregam textura, aconchego e refinamento. No entanto, enfatiza que esses materiais não combinam em locais onde a manutenção seja uma preocupação constante. "Eles funcionam muito bem em casas com rotina mais tranquila", argumenta.

 

Os pés finos e alongados denotam uma elegância discreta, deixando o ambiente visualmente mais arejado, principalmente em espaços compactos ou com proposta minimalista | Projeto Gleuse Ferreira Arquitetura | Foto: Mathews Montalvão

 

Já para famílias com crianças pequenas ou animais de estimação, Gleuse indica os tecidos com alta porcentagem de poliéster, que dominam o mercado atualmente, além de outros materiais resistentes como o couro, os tecidos sintéticos e o PVC.

 

"Ao contrário do que muitos pensam, o poliéster não é um tecido de baixa qualidade. Muito pelo contrário, ele é resistente ao pilling, que são aquelas bolinhas que surgem com o tempo, não esgarça com facilidade e é encontrado em versões com toque macio", desmistifica a arquiteta, que acrescenta ainda que já existem opções com poliéster biodegradável. Do mesmo modo, o projeto também pode considerar tecidos com tecnologia de proteção contra líquidos e arranhões de gatos.

 

Manutenção e durabilidade

Cadeiras com pés em madeira aparente evocam conforto e aquecem a composição do ambiente | Projeto Gleuse Ferreira Arquitetura | Foto: Mathews Montalvão

 

Quanto à manutenção, Gleuse alerta que cada tecido demanda um cuidado específico. "Sempre indico a limpeza com empresas especializadas como meio de assegurar a conservação da peça", orienta. No entanto, o processo com o couro é muito mais simples, bastando o uso de um pano úmido com detergente neutro. "Gosto também de sugerir a aplicação de hidratante para couro com uma flanela", complementa.

 

Cuidado extra: impermeabilização

O acabamento das cadeiras faz toda a diferença: metal, madeira ou palhinha denotam diferentes estilos no ambiente | Projeto Gleuse Ferreira Arquitetura | Foto: Divulgação

 

Outro recurso que pode trazer mais segurança ao uso diário é a impermeabilização, técnica que promove uma camada de proteção sobre o tecido, evitando que líquidos penetrem com facilidade. "A impermeabilização ajuda muito, principalmente para quem tem crianças ou gosta de tomar um vinho. Mas é válido reiterar que ela não impede que o tecido suje e, por isso, ainda recomendo a limpeza periódica com profissionais especializados", orienta Gleuse Ferreira.

 

Ergonomia

Cadeiras giratórias oferecem praticidade para quem busca flexibilidade nos espaços | Projeto Gleuse Ferreira Arquitetura | Foto: Mathews Montalvão

 

Pensando no bem-estar de quem as utilizará, Gleuse enfatiza a importância de observar a ergonomia. Uma boa cadeira deve respeitar as proporções do corpo, oferecendo apoio adequado para a lombar, altura compatível com a mesa e postura correta ao sentar-se. "Essa cartilha vale para todos os ambientes, sobretudo home offices, áreas de lazer ou espaços de leitura. Pequenos detalhes como encostos levemente inclinados, assentos com profundidade e braços na altura certa evitam dores e cansaço no dia a dia", completa a arquiteta.

 

Sobre Gleuse Ferreira

Sergipana e formada pela Universidade São Marcos desde 2005, atuou como estagiária no IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e, trabalhando na mesma época no Estúdio Sarasá, participou de obras de restauro em São Paulo. Pós-graduada em Restauro Arquitetônico na UPC (Universidad Politécnica da Cataluña) também se dedicou a realizar um Master em Arqueologia na UB (Universidade de Barcelona). Ainda na Espanha, trabalhou na UT Remolar, empresa responsável pela obra do novo aeroporto de Barcelona, além do escritório do arquitelo Rafael Vila Rodriguez. Ao retornar para São Paulo em 2008, atuou com a arquiteta Cristiana Castro, onde teve seu primeiro contato com design de interiores, reforma de apartamentos residenciais, decoração e se encantou por esse novo mundo. Hoje atua em seu próprio escritório e prepara-se para mais uma edição da CASACOR São Paulo.

@gleuse.arquitetura

 

By dc33 Comunicação  
Foto: Mathews Montalvão e Divulgação

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