Com primeiro aporte financeiro, Archa trabalha para ser principal referência de inteligência do mercado de arquitetura

 

Startup recebe investimento de R$ 3,5 milhões e busca ampliar sua atuação. A plataforma, que atualmente acompanha o cliente até a fase final do projeto conceitual, pretende estender para a compra inteligente de produtos

 

Com primeiro aporte financeiro, Archa trabalha para ser principal referência de inteligência do mercado de arquitetura
Com primeiro aporte financeiro, Archa trabalha para ser principal referência de inteligência do mercado de arquitetura

 

Após receber recursos em torno de R$ 3,5 milhões, por meio de uma rodada de investimentos liderada pela Ace Ventures e pela TM3 Capital, através do Fundo Soberano do Espírito Santo (Funses1), a Archa, plataforma de serviços de arquitetura e design de interiores, começa a tirar do papel seu plano de crescimento que, mais do que aumentar as vendas, visa fazer da empresa a principal referência em seu ramo de atuação. Conhecida por suas ferramentas que auxiliam os profissionais durante todas as fases de um projeto, este é o primeiro aporte recebido pela empresa, que quer expandir sua atuação como principal consultoria de dados para indústria e o varejo, fornecendo insights automatizados e vendas inteligentes para o mercado. A Soma VC e o Grupo Mocelin complementaram a rodada.

 


Com o caixa reforçado e a possibilidade de novas rodadas, o CEO e um dos fundadores da Archa, Raphael Tristão, quer trilhar caminho semelhante ao da XP Investimentos. “Vamos fazer no mercado de arquitetura e design o que a XP fez pelo mercado de investimentos”, afirma. E o primeiro passo já foi dado. A empresa acaba de anunciar a aquisição da HAUS, a maior referência em conteúdo sobre arquitetura e imóveis do Sul do Brasil. Com este movimento, a Archa passa a gerir as marcas HAUS e Let’s Arch, tornando-se a maior plataforma para profissionais e empresas do setor no país pagando um dividend yield acima do rendimento dos bonds.

 


Hoje, a Archa conta com mais de 87 mil arquitetos cadastrados. A startup tem quase R$ 1 bilhão em produtos especificados dentro do Archabox, seu assistente digital inteligente que auxilia arquitetos e designers a selecionarem diferentes produtos para o consumidor final. Apesar da abrangência, a Archa se relaciona com sua clientela até o momento da conclusão do projeto, não acompanhando a parte de execução. E é aí que estaria o pulo do gato, na visão do sócio da Ace, Pedro Carneiro.

 


“Embora a Ace tenha como foco startups em estágio inicial, a tese de expansão e a validação de novos produtos concebidos pela Archa se encaixam perfeitamente naquilo que procuramos. É a estratégia de entrar em contato com parceiros, que são os fabricantes dos produtos que os arquitetos especificam na plataforma. Entendemos que esse ângulo específico de trabalho tem o perfil que a gente busca, de um negócio em fase inicial, que está sendo validado e que tem potencial de crescimento rápido”, explica.

 


Para facilitar a compreensão, atualmente a Archa acompanha o arquiteto do início ao fim do projeto. Acontece que, para cada projeto desenvolvido dentro do ambiente virtual da empresa, um arquiteto, sozinho, gerencia cerca de R$ 1 milhão em produtos que o cliente compra para o imóvel, segundo projeção feita pelo CEO da Archa.

 


“Um ponto importante é que quase 40% dos arquitetos registrados no Brasil estão cadastrados na Archabox. É um nível de relacionamento com um setor do mercado muito difícil de encontrar. Então, nosso objetivo ao investir é auxiliá-los a gerar mais valor para este público, formado por profissionais da arquitetura”, diz Carneiro.

 


O objetivo é oferecer uma tecnologia que possa empoderar o arquiteto em sua relação comercial com seus clientes, onde fabricantes e comerciantes possam oferecer produtos e outras empresas, como fintechs, por exemplo, possam oferecer serviços financeiros, seguros e créditos.

 


O foco inicial dessa nova fase, segundo a Archa, é o próprio arquiteto, considerado o cliente principal da plataforma. Mas numa segunda camada, o cliente do escritório de arquitetura também é atendido através das concorrências digitais de projetos que qualquer cliente pode criar no site do Studio Archa e que reforça a mudança de cultura e o aumento da profissionalização das obras e reformas dos brasileiros.

 


Segundo Tristão, entre 8% e 11% dos clientes brasileiros que fazem reformas ou construções contratam arquitetos. Isso leva a startup a ter como desafio galgar um volume mais expressivo de consumidores que contratam um serviço profissional. Porém, o Brasil ainda está muito atrás de países de porte econômico similar, como o México (22%) e a Turquia (24%), por exemplo, nessa relação de contratação de profissionais.

 


“Por isso, a gente entende que é preciso empoderar as relações comerciais dos arquitetos para vencermos esse desafio. Querendo ou não, o profissional é o funil do setor. Enquanto o consumidor final faz uma reforma a cada sete a dez anos, o arquiteto tem entre 8 e 12 projetos por ano. Então, ele tem de ser o foco do trabalho para aumentar o percentual de consumidores finais que contratam profissionais do ramo”, comenta Tristão.

 


O executivo da Archa também lembra que as classes A e B são as que mais consomem arquitetura por questões de capacidade financeira, mas que as classes C e D são apontadas como as que mais têm intenção de consumo, não o fazendo por falta de compreensão das opções e benefícios. “Há também a ideia de que arquitetura e design não são algo para essas parcelas da população. Mas não é bem assim. Por isso, também temos o interesse de viabilizar a concorrência de projetos para qualquer perfil de consumidor. Mas temos consciência de que este é um dos principais desafios”, diz.

 

 

By Caíque Teixeira Rocha | Compliance Comunicação

Imagem Principal: Ilustrativa

 

 

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