A centralização excessiva de decisões no proprietário é um dos fatores que mais comprometem o crescimento sustentável de pequenas e médias empresas no Brasil. Dados do Sebrae mostram que 55% dessas companhias encerram atividades antes de completar cinco anos, muitas por falta de estrutura de gestão e delegação.

Segundo a contadora e empresária Neuzete Domingos, fundadora e CEO da Análise Group e criadora do método Maturidade de Gestão Contábil Inteligente (MGCI), esse comportamento é reflexo de um modelo enraizado. “Muitos empreendedores começam sozinhos e mantêm o controle total mesmo após o crescimento da receita e da equipe. Sem cultura organizacional e lideranças intermediárias, a empresa trava”, afirma.

É importante ressaltar que  pequenas e médias empresas (PMEs) representam 99% do tecido empresarial brasileiro e respondem por cerca de 70% dos empregos formais, segundo estimativas da McKinsey com base em mapeamento de mais de 22 milhões de CNPJs ativos no fim de 2024. Apesar dessa relevância econômica, enfrentam barreiras estruturais: estudos revelam que apenas 29% da demanda por crédito dessas empresas é atendida por instituições financeiras, deixando uma lacuna estimada em R$2,5 trilhões para capital de giro e expansão.

No ambiente digital, as PMEs brasileiras avançam em descentralização e eficiência logística. Dados da Loggi, com base em mais de 16 milhões de pacotes enviados no segundo trimestre de 2025, mostram que 60% das remessas partem de fora do estado de São Paulo, evidenciando um padrão mais pulverizado e acessível de distribuição nacional. Simultaneamente, pesquisa divulgada em janeiro de 2025 indica que 52% dos gestores esperam utilizar dados de forma intensiva nos próximos cinco anos, com 49% apontando a inteligência artificial generativa como a tecnologia de maior impacto no curto prazo.

Um estudo da consultoria Michael Page, de 2024, indica que 68% dos líderes de empresas de médio porte acumulam funções operacionais, reduzindo a capacidade estratégica. Já pesquisa da Deloitte aponta que negócios com liderança distribuída cresceram, em média, 22% mais rápido nos últimos três anos e tiveram 35% menos rotatividade de funcionários.

Cinco sinais de que a centralização está prejudicando sua empresa, segundo Neuzete Domingos

- Decisões só são tomadas com o aval do proprietário.

- Ausência de gestores com autonomia em áreas-chave.

- Falta de indicadores claros para medir resultados.

- Sobrecarga do empresário com tarefas operacionais e estratégicas.

- Processos não documentados e dependentes de pessoas específicas.

Para iniciar a descentralização, a especialista indica que é preciso mapear processos e funções, identificar quais atividades podem ser delegadas; em seguida, é necessário formar e treinar lideranças capazes de tomar decisões estratégicas com autonomia. “ Por fim, é fundamental criar indicadores de desempenho que permitam acompanhar os resultados sem recorrer ao microgerenciamento”, aconselha.

Para Neuzete, a transição exige mudança de mentalidade. “A função do empresário é pensar o futuro do negócio, não apagar incêndios todos os dias. A gestão deve ser estratégica e estruturada para funcionar mesmo sem a presença do dono”, conclui.

Sobre Neuzete Domingos

Neuzete Domingos é empresária contábil, escritora e conselheira estratégica de empresas. Fundadora e CEO da Análise Group, lidera há duas décadas um ecossistema com sede de 800 m 2, 95 colaboradores e atuação nacional. Criadora do método MGCI, Maturidade de Gestão Contábil Inteligente, orienta empresários na transição do operacional para modelos escaláveis de gestão.

É autora do livro Gestão de Águia e tem formação em Ciências Contábeis (Uneal), MBA em Gestão Estratégica de Pessoas (Estácio) e especialização em liderança e governança empresarial (FGV), além de ter participado dos programas Empretec e MEG, promovidos pelo Sebrae. Reconhecida como uma das empresárias contábeis mais premiadas do Nordeste, recebeu distinções como MPE Brasil, Sebrae Mulher de Negócios, GPTW, LAQ, IEL e o selo da FIA e UOL. Integra grupos de liderança como Giants Maestria Empresarial, Energy Club e Fire Club da MLS. Mais informações em: Instagram - Neuzete Domingos

Sobre a Análise Group
Fundada pela empresária contábil Neuzete Domingos, a Análise Group atua há mais de duas décadas no desenvolvimento de soluções estratégicas para empresas brasileiras. Com sede própria de 800 m 2 em Alagoas, 95 colaboradores e filiais em Sergipe e Piauí, a companhia mantém operações em todos os estados do país. A empresa é responsável pela criação do método MGCI, Maturidade de Gestão Contábil Inteligente, que orienta empresários na transição do ciclo operacional para estruturas de gestão voltadas ao crescimento, à cultura organizacional e à escala sustentável.

Reconhecida como uma das empresas contábeis mais premiadas do Nordeste, a Análise Group é certificada pela ISO 9001:2015 e acumula premiações nacionais e internacionais, como o MPE Brasil, Sebrae Mulher de Negócios, Great Place to Work (GPTW), Latin American Quality Awards (LAQ) e o selo “Lugares Mais Incríveis para Trabalhar no Brasil”, concedido pela Fundação Instituto de Administração (FIA) em parceria com o UOL. A atuação da empresa também contempla projetos sociais como o Sertão Vivo, que beneficia centenas de famílias por trimestre no semiárido alagoano. Acesse o instagram.com/analisegroupoficial.

By Carolina Lara Comunicação
Foto: Divulgação