Casal brasileiro que faz sucesso com marca de colchões em Portugal expande para os Estados Unidos

Os jovens empreendedores Leon e Rachel Netto criaram a rede Casa do Sono, que fechará o ano com faturamento de € 3 milhões de euros, três vezes maior do que em 2021

Postado quinta-feira 15/12/2022 por Redação

Casal brasileiro que faz sucesso com marca de colchões em Portugal expande para os Estados Unidos
Casal brasileiro que faz sucesso com marca de colchões em Portugal expande para os Estados Unidos

Em 2017, o jovem casal de brasileiros Leon (33) e Rachel (32) Netto decidiu, com a cara e a coragem, empreender em Portugal criando a marca especialista em colchões de alta qualidade e descanso, Casa do Sono. Atualmente, a empresa tem oito lojas, 30 funcionários diretos e 100 indiretos, e previsão de fechar o ano com faturamento três vezes maior do que em 2021, cerca de € 3 milhões de euros. A visão do casal é tornar a Casa do Sono na maior rede de colchões de Portugal nos próximos cinco anos e abrir até cinco lojas em 2023, com faturamento de € 50 mil euros em cada unidade.

 

Leon tem cidadania portuguesa e já foi jogador de futebol na Europa. Rachel, desde muito cedo conhece bem o mercado de colchões. Quando encerrou a carreira de atleta, Netto se engajou com a esposa e abriram três lojas de colchões de uma grande franqueadora brasileira. A empreendedora foi criada dentro de uma loja de colchões, no Rio de Janeiro, desde os seis anos, onde a mãe trabalhava.

 

“Aos 18 anos, tornei-me vendedora dessa empresa. Aos 23, fui franqueada junto com meu marido, e mesmo sem experiência alguma em franquear conseguimos quadriplicar o faturamento de uma pequena loja. Chegamos a ter quatro unidades sob nossa administração, e aos 28 anos abrimos a Casa do Sono, em Portugal”, relembra Rachel.

 

O investimento na primeira loja em Portugal foi de € 15 mil euros. Leon conta que a maior dificuldade que encontrou ao empreender em Portugal foi achar o espaço ideal para sua loja e superar a barreira de ser aceito pelos proprietários do imóvel. Até encontrar um espaço de 70 m², por 1,2 mil euros mensais (R$ 5.400), ele foi recusado por diversos locatários de imóveis — “certas coisas são mais difíceis para nós...”, pondera o CEO da empresa, Leon Netto.

 

O empreendedor fechou negócio sem nem colocar os pés na propriedade. “No dia da visita, o proprietário esqueceu as chaves. Mas eu gostei da região — e, na verdade, estava tão difícil encontrar alguém que me aceitasse que topei mesmo sem abrir a porta”, lembra Leon. “A obra que fiz para inaugurar minha primeira loja custou 10 mil euros (R$ 45 mil); no Brasil, o valor teria passado de R$ 100 mil”, conta.

 

Com o sucesso, o casal natural do Rio de Janeiro decidiu expandir também para os Estados Unidos e inaugura agora em novembro sua 1ª loja em Orlando, na Flórida. Quando perguntam sobre a razão do sucesso, eles são veementes sobre a importância do investimento nos colaboradores e no atendimento. “Desde o ano passado passamos a ter um olhar mais apurado e cuidadoso com os nossos funcionários. Sabemos que eles são nosso cartão de visitas no atendimento personalizado, grande diferencial frente aos nossos concorrentes.

 

Começamos a investir ainda mais na gestão de pessoas e no plano de carreira deles. Temos um gerente operacional que começou como entregador”, ressalta Leon Netto.

 


Na América: Sleep House

Em uma viagem de turismo do casal com suas filhas, em dezembro de 2021, nasceu o desejo de expandir para os Estados Unidos. Quando iniciaram a pesquisa de mercado e conheceram as oportunidades para os empreendedores oferecida pelos Estados Unidos, o casal decidiu desbravar um novo país. Com mais oportunidade de crescimento e geração de empregos, Orlando, na Flórida, foi o lugar escolhido.

 

Leon Netto conta que as lojas de colchões na Flórida não têm o atendimento personalizado que oferecem aos clientes e esta é a grande oportunidade de levar um novo conceito para o estado. “O mercado europeu inteiro vende em torno de 5 bilhões de colchões, já o americano vende 35 bilhões. Vamos levar o nosso diferencial para este país. Os brasileiros têm essa vantagem”. A expectativa para os próximos 5 anos é abrir 10 lojas na Flórida.

 

Especialistas em descanso

O casal classifica a Casa do Sono como especialista em descanso. A rede vende, além de colchões, camas, cabeceiras e sofás, e oferecem também toda a consultoria, arquitetos e decoradores para seus clientes. “Temos o propósito de promover aos nossos clientes qualidade de vida e descanso. Queremos que todos se sintam em casa. Daí vem o nome. Cuidamos de todos que entram na Casa do sono”, conta Rachel.

 

O CEO diz que o atendimento e a personalização são os grandes diferenciais da marca em solo europeu. “Fazemos qualquer produto sob medida, temos uma vasta variedade de cores, atendemos o cliente por completo e fazemos aquilo que ele sonha em ter em sua casa.”

 

Geração de empregos para brasileiros

Praticamente 100% dos funcionários da Casa do Sono são brasileiros. Leon e Rachel tem isso como premissa. “Queremos dar oportunidades a nossos irmãos de País. Que assim como nós, buscam esse desafio em um país completamente diferente. Nosso objetivo é que eles cresçam junto conosco. Não queremos apenas aumentar nosso faturamento, mas acima de tudo gerar empregos para brasileiros. Que eles tenham um plano de carreira sólido”, conta Leon.

 

A iniciativa vai de encontro com o cenário atual de Portugal que sofre com falta de mão de obra em diversos setores, em especial turismo, construção civil e tecnologia. Inclusive já estão disponíveis duas novas modalidades de visto de residência em Portugal que permitem a cidadãos do Brasil e dos demais Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) permanecer no país europeu seja para procurar trabalho, seja para trabalhar remotamente.

 

O primeiro é o novo visto de procura de trabalho, válido por 120 dias, com direito a 60 dias prorrogáveis, para quem quer buscar um contrato de trabalho em Portugal. O segundo é o visto para pessoas que exercem atividade profissional de forma remota – nômades digitais ou “nómadas digitais”, na variante lusa – que tem validade de 1 ano, mas é renovável por até 5 anos.

 

Os novos vistos têm como objetivo facilitar a entrada de trabalhadores falantes da língua portuguesa no país e animar a economia. Os brasileiros são a principal comunidade estrangeira de Portugal e alvo preferencial dessa medida. O número de pessoas naturais do Brasil vivendo regularmente em terras lusitanas vem aumentando ano a ano e bateu recorde em 2022 – 252 mil.

 

Franquias

Em Portugal, a marca tem um plano de franchising focado no País. Atualmente têm dois franqueados. O desejo é que, em breve, eles operem também o sistema nos Estados unidos. Inclusive em modelo online.

 

Imagem:
By Larissa Haddock Lobo | Agência A+

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