Casa Refúgio evoca memórias de imigrantes e une passado, presente e futuro
Assinada por Juliana Marques e Roberta Lanza, da GRIFF Arquitetura, a Casa Refúgio foi projetada para oferecer um lugar de descanso e desconexão em meio a natureza
Postado quinta-feira 01/08/2024 por Redação
Categorias: Empresas Design Notícias Tecnologia iluminação Móveis Negócios Arquitetura Marcenaria
Com desenho inspirado nas casas dos imigrantes que chegaram ao Paraná a partir de 1820 (telhados de duas águas) e no imaginário infantil, o espaço reflete e homenageia a história, mas em uma construção moderna, capaz de unir o passado com as tecnologias atuais e a natureza local. “Este projeto transcende o tempo e celebra o perene, nos proporcionando uma apreciação pelas nossas memórias e pelas experiências cotidianas.
O projeto da Casa Refúgio é um espaço para desconectar, desacelerar e se reconectar com a natureza”, contam as profissionais.
Nos materiais utilizados, estão elementos naturais e carregados de história. O barro - aplicado nas paredes - e a palha – amplamente utilizados pelos índios – a madeira, a pedra e o telhado, heranças dos antepassados europeus. Internamente o projeto apresenta o bem-estar essencial em toda casa.
O living tem pé direito com seis metros e é todo revestido em madeira, trazendo imponência sem perder o conforto. Os grandes panos de vidro permitem conexão com a área externa e com a árvore que já estava no terreno antes da construção. As profissionais investiram em materiais naturais e tecidos confortáveis, além de cores inspiradas na natureza. Na paleta estão bege, cru, marrom, caramelo, pinhão (semente símbolo do Paraná), preto e verde.
Feita em stell frame, sistema construtivo formado por peças de aço galvanizado que formam o principal elemento estrutural e vedação feita por painéis, a casa foi erguida em apenas 40 dias, o que comprova a tecnologia a favor da construção civil. Além disso, esse sistema permite uma obra limpa e quase sem resíduos. Toda a casa recebeu sistema de automação para controle de luz, som, e até das lareiras.
A curadoria de obras de arte do espaço é da artista Fernanda Trombini Perez. Ela é responsável pelas fotos originais e fez uma instalação em tapeçaria de múltiplas peças especialmente para a Casa Refúgio. “Escolhemos a tapeçaria por ser em lã natural, que remete ao conforto do nosso lar. Remete, também, a nossa história, com o tear manual como faziam nossas avós”, contam as arquitetas. Elas explicam que a instalação é composta por diversos triângulos em quadros separados, que representam indivíduos, moradores da casa. Destaque, também, para a lareira externa, desenhada pelo escritório e produzida especialmente pela LCZ.
Cuidado com a natureza:
Antes mesmo do projeto, as arquitetas fizeram uma pesquisa sobre a natureza e riqueza ambiental do Paraná. E o ponto de partida foi São Luiz do Purunã, local que abriga a Escarpa Devoniana, com muita vegetação e biodiversidade. “Trouxemos um projeto capaz de revelar a beleza de nossa origem e evidenciar a necessidade da consciência do legado que deixaremos para as futuras gerações”, contam as profissionais. Para isso, elas desenharam a planta da casa para abraçar a árvore existente no terreno e a colocaram como foco do projeto. A valorização da Araucária nos fundos também foi determinante, e enfatizou ainda mais a natureza local.
By Milene Lacerda | Comunicação
Imagens: Créditos Bia Nauiack
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