Arquitetura sensorial adapta espaços para inclusão de pessoas com TEA no mercado de trabalho
Especialista explica como espaços bem projetados equilibram estímulos sensoriais e priorizam o bem-estar
Postado quinta-feira 16/01/2025 por Redação
Categorias: Arquitetura & Design

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Transtorno do Espectro Autista (TEA) afeta cerca de 70 milhões de pessoas no mundo, sendo 2 milhões delas no Brasil. Apesar da crescente conscientização sobre o tema, a falta de informação ainda é uma barreira para a inclusão de pessoas autistas na sociedade e, especialmente, no mercado de trabalho.
Dados do IBGE de 2019 mostram que 85% dos trabalhadores autistas estavam desempregados, e, entre os empregados, 55% atuavam na informalidade. Essa realidade é reflexo de dois fatores principais: o preconceito e a ausência de suporte adequado nos ambientes profissionais. “A inclusão no mercado de trabalho vai muito além de contratar pessoas autistas. É preciso preparar o espaço e os processos para acolhê-las”, explica a arquiteta Rose Chaves, especialista em design de interiores e responsável pelo projeto da Aba Vili Reabilitação, em Santo André, voltada para o atendimento de crianças e adolescentes com condições como autismo, T21 (Síndrome de Down) e outras deficiências.
De acordo com Rose, os espaços em que vivemos e trabalhamos têm um impacto direto em nosso bem-estar e produtividade e, quando falamos de pessoas com TEA, isso se torna ainda mais evidente, já que pequenos ajustes podem transformar o ambiente em um lugar acolhedor e funcional para todos.
O autismo se caracteriza por dificuldades na comunicação e interação social, além de padrões comportamentais restritos e repetitivos. Pessoas do espectro vivenciam experiências de maneira distinta, e essa sensibilidade se reflete em suas necessidades no ambiente de trabalho. Luzes brilhantes, ruídos altos e desordem visual podem ser excessivamente estimulantes, gerando desconforto ou ansiedade. “Um ambiente de trabalho sensorialmente equilibrado pode fazer toda a diferença. A iluminação ajustável, o uso de materiais acústicos para controlar o ruído e a criação de espaços de descompressão ajudam a reduzir os estímulos sensoriais que podem ser avassaladores”, pontua Rose.
Além disso, a previsibilidade do espaço é essencial para pessoas autistas. A organização clara, transições suaves entre ambientes e sinalizações visuais ajudam a reduzir a ansiedade e tornam o ambiente mais acessível a todos os colaboradores, com ou sem TEA.
Segundo a arquiteta, estudos mostram que o uso de cores neutras, texturas suaves e controle acústico cria ambientes mais agradáveis para pessoas autistas. “Precisamos pensar no espaço como um aliado e um bom projeto não significa atender uma demanda específica, mas sim promover um modelo de trabalho mais humano e eficiente e esse é o primeiro passo para transformar vidas e derrubar barreiras”, conclui Rose.
By Máxima Assessoria de Imprensa
Somos o Grupo Multimídia, editora e agência de publicidade especializada em conteúdos da cadeia produtiva da madeira e móveis, desde 1998. Informações, artigos e conteúdos de empresas e entidades não exprimem nossa opinião. Envie informações, fotos, vídeos, novidades, lançamentos, denúncias e reclamações para nossa equipe através do e-mail redacao@grupomultimidia.com.br. Se preferir, entre em contato pelo whats app (11) 9 9511.5824 ou (41) 3235.5015.
Conheça nossos portais, revistas e eventos!