Após sete anos fechado, famoso projeto de arquiteto modernista se transforma em loja-conceito de "casas de férias perfeitas"

 

Fotos de antes e depois mostram preocupação com ideais da arquitetura original da casa; A vista para o mar e a contemplação do infinito no horizonte são quase onipresentes

 

Postado quarta-feira 20/09/2023 por Redação

Após sete anos fechado, famoso projeto de arquiteto modernista se transforma em loja-conceito de "casas de férias perfeitas"
Após sete anos fechado, famoso projeto de arquiteto modernista se transforma em loja-conceito de "casas de férias perfeitas"

 

A casa de número um da principal avenida de Guaratuba, no litoral do Paraná, parece flutuar em meio à Mata Atlântica. De frente ao mar, o imóvel – que é facilmente notado, pela sua beleza e imponência – é um ícone não só na paisagem local, como também no imaginário do paranaense.

 

 

Projetada por Ayrton Lolô Cornelsen, o engenheiro e arquiteto que, com genialidade de poucos, se tornou referência em arquitetura modernista brasileira, o casarão ficou abandonado por sete anos. Antes disso, algumas lendas urbanas sobre a casa ajudaram a construir uma aura de mistério e beleza, quase sempre inalcançáveis, já que o local permanecia fechado para visitação.

 

 

Pelas mãos de Priscila Poli, designer de interiores especialista em casas de férias, o imóvel reabriu com um novo propósito no começo de 2023. Se tornou Casamar: inspiração para casas de férias perfeitas.

 

 

Na prática, a loja-conceito se revela um hub de serviços completos, com uma equipe de especialistas em reformar e decorar casas de férias. O espaço também é uma vitrine de parceiros, mostruário de revestimentos, mobiliário solto e sob medida, que podem ser especificados pela equipe, além de funcionar também como uma consultoria premium e uma galeria de arte.

 

 

Abaixo, fotos de antes e depois, e, ao final, uma entrevista com Priscila Poli:

 

 

Antes

 

Divulgação

 

 

Depois 

 

Charlotte Melo | Orgânica Fotos

 

 

Na sala principal: o ladrilho avermelhado famoso dos anos 80 deu lugar ao piso de porcelanato claro com a tonalidade de areia, para trazer a ideia de continuidade com os horizontes, tanto em relação às paredes como a paisagem externa. Detalhes arquitetônicos foram minimizados para conservar o projeto original.

 

 

Antes 

 

Divulgação

 

 

Depois 

 

Charlotte Melo | Orgânica Fotos

 

 

Escadas: o branco do projeto original continua presente em todo imóvel, inclusive na escadaria que dá acesso à área privativa da casa. As curvas orgânicas das escadas ganharam luzes de led que valorizam ainda mais os traços arquitetônicos.

 

 

Antes

 

Divulgação

 

 

Depois  

 

Charlotte Melo | Orgânica Fotos

 

 

Suíte principal: a suíte foi totalmente preservada. A cama, construída em alvenaria seguindo as características arquitetônicas da casa, com inspiração mediterrânea, é cuidadosamente incorporada ao piso e é um charme à parte: um grande presente ao olhar.

 

 

Antes

 

Divulgação

 

 

Depois

 

Charlotte Melo | Orgânica Fotos

 

 

Sala de jantar: a casa possui pequenos "magic moments" e um deles é a rocha natural que faz parte da sala de jantar. Quando chove uma cachoeira acontece e percorre a pedra, dentro da casa, e corre por uma canaleta para fora do imóvel.

 

 

Antes 

 

Divulgação

 

 

Depois

 

Charlotte Melo | Orgânica Fotos

 

 

Cozinha: A área da cozinha foi reestruturada para ganhar amplitude. “Decidimos integrar os espaços. A cozinha não é mais uma área que queremos esconder, é um espaço social da casa, onde queremos estar e nutrimos relações”, conta Priscila Poli.

 

 

Antes

 

Divulgação

 

 

Depois 

 

Charlotte Melo | Orgânica Fotos

 

 

Adega: descoberta em um reparo técnico da área externa, a pedra que ladeia a casa estava escondida. Quando Priscila encontrou a rocha, não teve dúvidas que ela deveria fazer parte da nova fase da casa. “Transformamos esse ‘fundo da casa’ em uma adega. Fechamos para que a temperatura mais fresca da rocha fosse mantida, preservando os vinhos. Valorizamos as cores singulares da rocha escolhendo uma porta com vidro incolor e uma moldura bem fina dourada. Entrelaçando nossa cozinha com a adega de uma forma leve e natural, como se tudo isso estivesse sempre ali, como se fosse proposital. Em todo lugar da casa a interação com a natureza é valorizada, inclusive na cozinha”, conta Priscila

 

 

Antes 

 

Divulgação

 

 

Depois

 

Charlotte Melo | Orgânica Fotos

 

 

Priscila Poli conta, nesta entrevista, como foi o desafio de reformar um imóvel icônico.

 

 

1. Quais foram suas diretrizes iniciais para a reforma da casa?

 

Eu quis que o design interior estivesse o tempo todo enobrecendo a arquitetura existente e a natureza. Pra mim, todo o desenho inicial do Lolô com muita transparência na casa – janelões, portas enormes, sempre aberta para o mar –, a escolha pela cor branca e o fato de ter feito de tudo para que ela não “roubasse” o cenário de fora, que sempre foi o principal, foi o que eu trouxe como conceito para desenvolver a reforma da parte interna, sempre tentando trazer essa continuidade do “fora pra dentro”, do mar dentro de casa, da areia presente.

 

 

Então, por exemplo, optamos pelo piso claro, que foi pensado a partir da tonalidade da areia para fazer uma união desses horizontes, desde as paredes, como também o encontro com a paisagem externa. A ideia é realmente trazer uma certa invisibilidade de cenários onde em todos os ambientes em que a pessoa estivesse, pudesse olhar para fora, para enaltecer a paisagem e contemplar o mar.

 

 

2. Quais dificuldades foram encontradas no decorrer da reforma?

 

Uma grande preocupação foi primeiro na contratação da equipe. O casarão fica em uma encosta alta, de costas para a mata atlântica e de frente para o mar, e tem uma rampa enorme. Essa rampa não dava acesso aos caminhões de entrega, então foi um trabalho árduo para fazer parte da reforma.

 

 

Os trabalhadores precisavam pegar todo esse material lá embaixo e subir com ele nas costas.

 

 

Uma outra preocupação: a gente iniciou essa obra bem no verão, então estávamos com um clima bem quente, as pessoas começavam a trabalhar aqui uma semana, desistiam e não queriam mais ou queriam reformular o orçamento, exatamente pelo processo exaustivo.

 

 

Outro fator é que a casa está abandonada há sete anos à beira-mar, sem nenhum tipo de manutenção, então no quebra-quebra para ampliar o espaço sempre aparece uma tubulação ressecada... um cano ainda de cobre, então fomos “descobrindo” problemas.

 

 

3. Quais as surpresas em reformar uma casa por tanto tempo fechada?

 

Tivemos algumas surpresas, sim. A mais relevante, que inclusive alterou meus planos iniciais, nós tivemos na hora de realizar o reparo da área técnica, atrás da casa, de uma pedra natural que ladeia o imóvel. Nos deparamos com aquela rocha enorme, de cor linda, com detalhes singulares que só a natureza é capaz de esculpir. “essa pedra precisa aparecer”.

 

 

Parte dela se tornou nossa adega – transformamos esse “fundo da casa” em uma adega natural. Valorizamos as cores singulares da rocha escolhendo uma porta para integrar essa adega à parte interna da casa. A interação com a natureza é valorizada em todo lugar da casa. Para que ela não ocultasse a exuberante pedra, utilizei vidro incolor e uma moldura bem fina dourada. Entrelaçando nossa cozinha com a adega de uma forma leve e natural, como se tudo isso estivesse sempre ali, como se fosse proposital.

 

 

A nossa proposta de adega é personalizável, você escolhe a cor da luz, quantidade de garrafas e cor da estrutura. O grande diferencial é que é uma adega que comporta poucas ou muitas garrafas, e que permite encaixe em qualquer espaço.

 

 

Falando em surpresas, a casa possui pequenos "magic moments" e um deles é a outra rocha natural, que faz parte da sala de jantar. Quando chove, uma cachoeira se forma e percorre a pedra, dentro da casa, e corre por uma canaleta para fora do imóvel.

 

 

4. A única grande mudança foi a integração da cozinha com o restante da casa. Como foi essa decisão?

 

A minha ideia era mexer o menos possível no projeto original. Mesmo assim, decidir integrar os espaços foi uma ideia natural. Afinal, a casa é da década de 80, e naquela época a cozinha tinha que ser escondida, já que visitas nunca entrariam na “área de serviço” da residência.

 

 

Hoje isso é diferente, sabemos que a tendência de integrar a cozinha com o restante da casa veio para ficar. A cozinha não é mais uma área que queremos esconder, hoje ela é um espaço social da casa, onde queremos estar e nutrimos relações.

 

 

5. O que você espera da Casamar agora, depois da reforma?

 

Eu desejo que ela seja um marco na minha história, na minha marca, mas acima de tudo na minha comunidade.

 

 

Eu acredito que Guaratuba terá uma virada nos próximos 10 anos, por meio de grandes investimentos em infraestrutura que o governo do Paraná tem feito.

 

 

Queremos mostrar para as pessoas que é preciso acreditar, que é preciso arriscar, e que precisamos dar um primeiro passo. Sempre digo que desejamos mudar o mundo, mas precisamos começar pelo nosso quintal.

 

 

Além disso, queremos continuar eternizando momentos, e agora não só na transformação final das casas dos nossos clientes, mas sim, desde o dia em que nos visitam a primeira vez. Quero que cada um que venha até aqui, saia um pouquinho mais feliz, e tenho conseguido cumprir essa missão.

 

 

By Gabriel Malagrino | Onix Press

Imagens: Divulgação / Créditos Charlotte Melo | Orgânica Fotos

 

 

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